SIREVA 2024

O Instituto Adolfo Lutz, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), divulgou os dados atualizados do Sistema Regional de Vacinas (SIREVA) para o ano de 2023, destacando o perfil microbiológico e sorotípico das cepas invasivas de Streptococcus pneumoniae circulantes no Brasil.

SIREVA 2024: Relatório reforça importância da vacinação pneumocócica e vigilância contínua das cepas invasivas no Brasil

O Instituto Adolfo Lutz, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), divulgou os dados atualizados do Sistema Regional de Vacinas (SIREVA) para o ano de 2023, destacando o perfil microbiológico e sorotípico das cepas invasivas de Streptococcus pneumoniae circulantes no Brasil.

Com 367 isolados analisados, o estudo revelou que as faixas etárias mais atingidas continuam sendo crianças menores de cinco anos e idosos acima de 60 anos, com predomínio de amostras provenientes de sangue (77,4%) e líquor (19,1%), indicando alta frequência de bacteremias e meningites.

Entre os sorotipos mais prevalentes, destacam-se:

  • Sorotipo 3 (14,2%)
  • 19A (12,0%)
  • 6C (7,9%)
  • 8 (6,5%)
  • 19F, 14 e 11A também entre os mais isolados

Muitos desses sorotipos não estão incluídos na vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10) utilizada atualmente no calendário do SUS, o que reforça a necessidade de estratégias ampliadas de vacinação, incluindo as vacinas VPC13 e VPP23, principalmente para grupos de risco e idosos.

Em relação à resistência antimicrobiana, o levantamento alerta:

  • Alta resistência à eritromicina (33,2%), clindamicina (30,7%) e trimetoprim-sulfametoxazol (54,3%)
  • Cerca de 28% das cepas isoladas de líquor apresentaram resistência à penicilina, o que impacta diretamente as decisões terapêuticas em casos de meningite.

O SIREVA segue como ferramenta estratégica para guiar políticas vacinais, definir condutas antimicrobianas e fortalecer a vigilância laboratorial regional. Os dados reforçam a urgência de ampliar o acesso a vacinas de maior cobertura e adaptar protocolos frente ao cenário dinâmico da resistência bacteriana.

Para acessar o relatório completo e conhecer as recomendações atualizadas, acesse:

Posts Relacionados

Claritromicina

A claritromicina é um antibiótico versátil e eficaz, sendo uma escolha primária para infecções respiratórias, H. pylori e micobacterioses. Entretanto, suas interações medicamentosas e o risco de prolongamento do QTc exigem monitoramento cuidadoso.

Azitromicina

A azitromicina é um antibiótico versátil e bem tolerado, sendo uma opção valiosa para infecções respiratórias, gastrointestinais e sexualmente transmissíveis. No entanto, o aumento da resistência e os riscos cardíacos requerem uso criterioso e monitoramento adequado.

Vancomicina

A vancomicina continua sendo uma opção essencial para o tratamento de infecções graves por MRSA e C. difficile. No entanto, seu uso deve ser monitorado rigorosamente para evitar toxicidade renal e falhas terapêuticas. O monitoramento da AUC/MIC emergiu como um novo padrão para otimizar eficácia e minimizar efeitos adversos.

Espécies de Yersinia:

As espécies de Yersinia não relacionadas à peste são bacilos Gram-negativos pertencentes à família Enterobacteriaceae. Entre as espécies patogênicas para humanos.

Yersinia pestis:

O Yersinia pestis é um bacilo Gram-negativo bipolar da família Enterobacteriaceae, caracterizado por sua aparência de "alfinete de segurança" ao ser corado por Giemsa. É o agente etiológico da peste, uma doença zoonótica historicamente devastadora que causou pandemias como a Peste Negra na Idade Média. A infecção é transmitida principalmente pela picada de pulgas infectadas, embora também possa ocorrer por meio de gotículas respiratórias (peste pneumônica) ou contato direto com animais infectados (FABRE, 2025).

Espécies de Vibrio (não cólera):

As espécies de Vibrio não coléricas são bacilos Gram-negativos com formato de vírgula, pertencentes à família Vibrionaceae. Essas bactérias são frequentemente encontradas em ambientes marinhos, especialmente em águas mornas e salobras, e estão associadas a infecções humanas por meio da ingestão de frutos do mar contaminados ou pela exposição de feridas abertas à água do mar.