A rifapentina é um antibiótico da classe das rifamicinas utilizado no tratamento da tuberculose ativa e latente. Este artigo apresenta um resumo das principais indicações, posologia, efeitos adversos e espectro de ação.
Indicações
A rifapentina é aprovada pela FDA para:
- Tratamento da tuberculose ativa em combinação com outros fármacos antituberculose, em pacientes ≥ 12 anos.
- Tratamento da tuberculose latente em combinação com isoniazida em pacientes ≥ 2 anos
Formas Farmacêuticas e Posologia
A rifapentina está disponível na forma oral:
- Cápsulas de 150 mg
Doses Usuais em Adultos
- Tuberculose ativa:
- Fase intensiva: 600 mg VO, duas vezes por semana, com isoniazida, pirazinamida e etambutol por 2 meses.
- Fase de continuação: 600 mg VO, uma vez por semana, com isoniazida por 4 meses.
- O regime de fase de continuação com rifapentina é recomendado apenas para pacientes HIV-negativos sem cavitações pulmonares.
- Tuberculose latente:
- Rifapentina 900 mg VO, semanalmente, por 3 meses, combinado com isoniazida 900 mg VO
- Administrar com alimentos para aumentar a absorção em 40-50%.
Ajustes para insuficiência renal:
- Não há necessidade de ajuste de dose para pacientes em diálise ou com insuficiência renal.
Doses Pediátricas
- Tuberculose ativa:
- Crianças > 12 anos: mesma dose de adultos.
- Uso não estabelecido em menores de 12 anos.
- Tuberculose latente:
- 10-15 kg: 300 mg/semana
- 16-23 kg: 450 mg/semana
- 24-30 kg: 600 mg/semana
- > 30 kg: 750 mg/semana
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos mais comuns incluem:
- Frequentes: coloração laranja da urina, lágrimas e suor; náusea; cefaleia.
- Ocasionalmente: Sintomas gripais, febre, tontura, artralgia, rash cutâneo.
- Raros: Hepatite, trombocitopenia, anemia hemolítica.
Interações Medicamentosas
A rifapentina é um indutor moderado do CYP3A4, podendo reduzir a eficácia de diversos fármacos:
- Contraindicados: Atazanavir, darunavir, dolutegravir, bictegravir, rilpivirina.
- Precaução: Digoxina, corticosteroides, ciclosporina, beta-bloqueadores, anticoncepcionais hormonais.
- Redução de absorção: Antiácidos contendo alumínio devem ser administrados pelo menos 2 horas antes da rifapentina.
Espectro de Ação e Resistência
A rifapentina tem atividade contra Mycobacterium tuberculosis e algumas micobactérias não tuberculosas, embora haja poucos dados clínicos para essas últimas.
- Mecanismo de ação: Inibe a RNA polimerase DNA-dependente, impedindo a síntese proteica bacteriana.
- Metabolismo: Biotransformada em metabólito ativo 25-desacetil rifapentina, com excreção biliar predominante (70%) e renal (17%).
- Meia-vida plasmática: 16-19 horas, permitindo regimes intermitentes.
Conclusão
A rifapentina é uma opção eficaz para o tratamento da tuberculose, permitindo esquemas terapêuticos de menor frequência posológica, o que pode melhorar a adesão ao tratamento. No entanto, seu uso deve ser monitorado devido às interações medicamentosas e possíveis reações adversas hepáticas e hematológicas.