O que é SCIH e Qual sua Função? Guia completo sobre o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) representa o braço executivo da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), constituindo-se como o núcleo operacional responsável pela implementação prática de todas as diretrizes e políticas estabelecidas para o controle de infecções hospitalares.

Introdução

Uma pergunta frequente entre profissionais de saúde e gestores hospitalares é: o que é SCIH e qual sua função? O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) representa o braço executivo da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), constituindo-se como o núcleo operacional responsável pela implementação prática de todas as diretrizes e políticas estabelecidas para o controle de infecções hospitalares.

Compreender o que é SCIH e qual sua função é fundamental para entender a estrutura organizacional completa do controle de infecções hospitalares no Brasil. Enquanto muitos conhecem a CCIH, o SCIH frequentemente permanece menos conhecido, apesar de sua importância crucial na execução diária das ações de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.

Neste artigo abrangente, exploraremos detalhadamente o que é SCIH e qual sua função, suas características organizacionais, diferenças em relação à CCIH, responsabilidades específicas, estrutura necessária e impacto na qualidade assistencial. Nosso objetivo é fornecer uma compreensão completa sobre este serviço essencial para a segurança hospitalar.

Definição: O que é SCIH?

Conceito Fundamental

Para compreender o que é SCIH e qual sua função, é essencial começar com sua definição básica. O SCIH é o órgão de execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar, funcionando como uma unidade operacional que atua de forma contínua e sistemática na implementação das medidas preventivas e de controle estabelecidas pela CCIH.

O SCIH representa a materialização prática do programa de controle de infecções, transformando as diretrizes e políticas estabelecidas pela CCIH em ações concretas e mensuráveis no dia a dia assistencial. Enquanto a CCIH tem caráter deliberativo e normativo, o SCIH possui natureza executiva e operacional, sendo responsável pela implementação efetiva das medidas de controle.

Esta distinção funcional é fundamental para entender o que é SCIH e qual sua função. O serviço deve estar estruturado de forma a garantir cobertura assistencial durante todos os dias da semana, incluindo finais de semana e feriados, uma vez que as infecções hospitalares não respeitam horários comerciais ou calendários administrativos.

Características Organizacionais

O SCIH caracteriza-se por ser um serviço especializado que requer profissionais com formação específica em controle de infecções hospitalares. Estes profissionais devem possuir conhecimentos técnicos em microbiologia, epidemiologia, farmacologia de antimicrobianos, métodos de esterilização e desinfecção, além de competências em vigilância epidemiológica e educação em saúde.

A estrutura organizacional do SCIH deve ser adequada às características e necessidades específicas da instituição, considerando fatores como porte do hospital, complexidade dos serviços oferecidos, perfil epidemiológico dos pacientes atendidos e recursos disponíveis. Esta adequação é fundamental para garantir efetividade das ações desenvolvidas.

O SCIH deve manter estreita articulação com a CCIH, funcionando como seu braço operacional e fornecendo informações técnicas que subsidiem as decisões da comissão. Esta articulação deve ser formalizada através de fluxos de comunicação claros, reuniões regulares e sistemas de informação integrados.

Base Legal e Regulamentação

A existência do SCIH é estabelecida pela Portaria nº 2.616/98 do Ministério da Saúde, que determina que o Programa de Controle de Infecções Hospitalares deve ser executado através de duas instâncias organizacionais complementares: a CCIH e o SCIH. Esta base legal garante que todas as instituições hospitalares brasileiras devem manter estrutura adequada para execução das ações de controle de infecções.

A regulamentação estabelece que o SCIH deve ser constituído por profissionais de nível superior da área de saúde, preferencialmente com formação ou experiência em controle de infecções hospitalares. Esta exigência de qualificação específica reconhece a complexidade técnica das atividades desenvolvidas pelo serviço.

A legislação também estabelece que o SCIH deve ter autonomia técnica para desenvolver suas atividades, mantendo subordinação administrativa à direção da instituição e subordinação técnica à CCIH. Esta estrutura garante tanto a independência técnica necessária quanto a integração organizacional adequada.

Qual a Função do SCIH: Responsabilidades Principais

Vigilância Epidemiológica Ativa

Uma das principais funções do SCIH é realizar vigilância epidemiológica ativa das infecções hospitalares, através de busca sistemática e contínua de casos de infecção em toda a instituição. Esta vigilância deve ser realizada de forma padronizada, utilizando critérios diagnósticos estabelecidos e metodologia reconhecida internacionalmente.

A vigilância epidemiológica desenvolvida pelo SCIH inclui visitas regulares a todos os setores de internação, análise de prontuários médicos, acompanhamento de resultados laboratoriais, comunicação com equipes assistenciais e utilização de sistemas informatizados quando disponíveis. Esta atividade requer dedicação significativa de tempo e recursos humanos qualificados.

O SCIH deve estabelecer sistema de vigilância que permita identificação precoce de casos de infecção, detecção de surtos e epidemias, monitoramento de tendências temporais e avaliação de fatores de risco associados. Esta vigilância é fundamental para orientar as ações de prevenção e controle e avaliar a efetividade das medidas implementadas.

Coleta e Análise de Dados

Outra função essencial do SCIH é a coleta sistemática e análise de dados epidemiológicos relacionados às infecções hospitalares. Esta atividade inclui registro de informações sobre pacientes infectados, características demográficas, fatores de risco, procedimentos realizados, microrganismos isolados, perfis de resistência antimicrobiana e desfechos clínicos.

A coleta de dados deve ser realizada de forma padronizada, utilizando instrumentos validados e sistemas de informação adequados. O SCIH deve garantir qualidade e confiabilidade dos dados coletados, uma vez que estes dados subsidiarão as decisões da CCIH e servirão para monitoramento da qualidade assistencial.

A análise dos dados coletados pelo SCIH deve incluir cálculo de indicadores epidemiológicos, identificação de tendências temporais, reconhecimento de clusters de casos, avaliação de fatores de risco e comparação com padrões de referência. Esta análise deve ser realizada de forma regular e sistemática, fornecendo informações atualizadas para tomada de decisões.

Implementação de Medidas de Controle

O SCIH tem função central na implementação prática das medidas de controle de infecções estabelecidas pela CCIH. Esta implementação inclui orientação sobre precauções padrão e específicas, supervisão de práticas assistenciais, monitoramento de adesão às medidas recomendadas e correção de desvios identificados.

A implementação de medidas de controle pelo SCIH deve ser realizada de forma educativa e colaborativa, trabalhando em parceria com as equipes assistenciais para garantir compreensão adequada das medidas e adesão às práticas recomendadas. Esta abordagem colaborativa é mais efetiva que medidas punitivas para promover mudanças duradouras.

O SCIH deve desenvolver estratégias específicas para implementação de diferentes tipos de medidas, considerando as características de cada setor, perfil dos profissionais envolvidos e recursos disponíveis. Esta personalização das estratégias aumenta a probabilidade de sucesso na implementação.

Educação e Capacitação Profissional

Uma função fundamental do SCIH é promover educação continuada em controle de infecções para todos os profissionais da instituição. Esta atividade educativa deve ser planejada de forma sistemática, contemplando diferentes modalidades de ensino e considerando as necessidades específicas de cada categoria profissional.

O SCIH deve desenvolver programas educativos que incluam treinamentos admissionais para novos funcionários, educação continuada para profissionais em exercício, desenvolvimento de materiais educativos, supervisão prática de procedimentos e avaliação da efetividade das ações educativas.

A educação promovida pelo SCIH deve ser baseada em evidências científicas atualizadas, diretrizes nacionais e internacionais, e melhores práticas reconhecidas. Ao mesmo tempo, deve ser adaptada à realidade específica da instituição, considerando suas limitações e possibilidades práticas.

Diferenças entre CCIH e SCIH: Compreendendo as Funções Complementares

Natureza das Funções

Para entender completamente o que é SCIH e qual sua função, é fundamental compreender as diferenças em relação à CCIH. A principal diferença reside na natureza de suas funções: enquanto a CCIH tem caráter deliberativo, normativo e de supervisão, o SCIH possui natureza executiva e operacional.

A CCIH é responsável por estabelecer políticas, diretrizes e estratégias para o controle de infecções, funcionando como órgão de assessoria à direção da instituição. Suas decisões têm caráter normativo e devem ser implementadas por toda a instituição. A CCIH também tem função de supervisão, monitorando a efetividade das ações implementadas.

O SCIH, por sua vez, é responsável pela implementação prática das diretrizes estabelecidas pela CCIH, transformando políticas em ações concretas no dia a dia assistencial. O serviço atua diretamente nos setores de internação, realizando vigilância, educação, assessoria técnica e implementação de medidas de controle.

Composição e Estrutura

A CCIH é constituída por representantes de diferentes áreas profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais especializados. Sua composição multidisciplinar garante visão abrangente dos problemas e soluções relacionadas ao controle de infecções. Os membros da CCIH podem ter outras responsabilidades na instituição além da participação na comissão.

O SCIH é constituído por profissionais com dedicação específica às atividades de controle de infecções, preferencialmente com formação especializada na área. Estes profissionais devem ter disponibilidade de tempo adequada para desenvolver as atividades operacionais do serviço, que requerem presença regular nos setores assistenciais.

A estrutura da CCIH é caracterizada por reuniões periódicas, análise de relatórios, tomada de decisões colegiadas e elaboração de normas e diretrizes. A estrutura do SCIH é caracterizada por atividades operacionais contínuas, presença nos setores assistenciais, coleta de dados em tempo real e implementação imediata de medidas de controle.

Periodicidade e Continuidade das Atividades

As atividades da CCIH são caracterizadas por periodicidade definida, com reuniões regulares (pelo menos bimestrais conforme legislação), análise periódica de relatórios e revisão regular de políticas e procedimentos. Esta periodicidade permite análise reflexiva dos problemas e tomada de decisões fundamentadas.

As atividades do SCIH são caracterizadas por continuidade e presença constante, com vigilância diária, resposta imediata a situações emergenciais, educação contínua e monitoramento permanente das práticas assistenciais. Esta continuidade é essencial para efetividade das ações de controle de infecções.

A complementaridade entre a periodicidade das atividades da CCIH e a continuidade das atividades do SCIH garante que o programa de controle de infecções tenha tanto o direcionamento estratégico necessário quanto a implementação operacional adequada.

Estrutura Necessária: Como Organizar um SCIH Efetivo

Recursos Humanos

Para compreender o que é SCIH e qual sua função, é essencial entender a estrutura de recursos humanos necessária para seu funcionamento efetivo. O SCIH deve contar com profissionais qualificados em número adequado às características da instituição, considerando fatores como número de leitos, complexidade dos serviços e perfil epidemiológico dos pacientes.

A equipe do SCIH deve incluir pelo menos um enfermeiro com formação específica em controle de infecções hospitalares, que frequentemente assume a coordenação operacional do serviço. Este profissional deve ter dedicação adequada às atividades do SCIH, preferencialmente com dedicação exclusiva em instituições de maior porte.

Dependendo das características da instituição, o SCIH pode incluir outros profissionais como médicos infectologistas, farmacêuticos especializados em controle de infecções, microbiologistas e técnicos de nível médio. A composição da equipe deve ser adequada às necessidades específicas identificadas através da análise epidemiológica.

Estrutura Física e Equipamentos

O SCIH deve dispor de estrutura física adequada para desenvolvimento de suas atividades, incluindo espaço para trabalho administrativo, análise de dados, reuniões, armazenamento de materiais educativos e arquivo de documentos. Esta estrutura não precisa ser necessariamente exclusiva, mas deve garantir condições adequadas de trabalho.

Os equipamentos necessários para o SCIH incluem computadores com acesso à internet, impressoras, telefones, equipamentos de projeção para atividades educativas e, quando possível, acesso a sistemas informatizados de vigilância epidemiológica. Estes equipamentos são essenciais para desenvolvimento eficiente das atividades do serviço.

A localização física do SCIH deve facilitar o acesso aos setores assistenciais, permitindo que os profissionais realizem vigilância e atividades educativas de forma eficiente. A proximidade com laboratórios, farmácia e outros serviços de apoio também pode facilitar o desenvolvimento das atividades.

Sistemas de Informação

O SCIH deve dispor de sistemas de informação adequados para coleta, armazenamento, análise e divulgação de dados epidemiológicos. Estes sistemas podem variar desde planilhas eletrônicas simples até sistemas informatizados específicos para vigilância de infecções hospitalares, dependendo dos recursos disponíveis.

Os sistemas de informação utilizados pelo SCIH devem permitir registro padronizado de dados, cálculo automático de indicadores epidemiológicos, geração de relatórios e gráficos, e integração com outros sistemas hospitalares quando possível. Esta integração facilita a coleta de dados e reduz a duplicação de trabalho.

A segurança e confidencialidade dos dados são aspectos fundamentais dos sistemas de informação do SCIH, uma vez que estes sistemas contêm informações sensíveis sobre pacientes e práticas assistenciais. O serviço deve estabelecer políticas claras sobre acesso, uso e proteção dos dados.

Atividades Operacionais: O que o SCIH Faz na Prática

Vigilância Diária nos Setores

Uma das principais atividades operacionais que define o que é SCIH e qual sua função é a realização de vigilância diária nos setores de internação. Esta vigilância inclui visitas regulares a todos os setores, análise de prontuários, identificação de casos suspeitos de infecção e acompanhamento da evolução clínica dos pacientes.

Durante as visitas aos setores, os profissionais do SCIH devem manter comunicação efetiva com as equipes assistenciais, coletando informações sobre pacientes com sinais de infecção, procedimentos realizados, uso de dispositivos invasivos e outras informações relevantes para a vigilância epidemiológica.

A vigilância diária permite identificação precoce de casos de infecção, detecção rápida de surtos, monitoramento de tendências em tempo real e implementação imediata de medidas de controle quando necessário. Esta capacidade de resposta rápida é uma das principais vantagens do SCIH em relação a sistemas de vigilância passiva.

Investigação de Surtos

Quando ocorrem surtos de infecções hospitalares, o SCIH assume papel central na investigação epidemiológica e implementação de medidas de controle. Esta atividade requer conhecimentos específicos em epidemiologia de campo e capacidade de resposta rápida a situações emergenciais.

A investigação de surtos realizada pelo SCIH deve seguir metodologia padronizada que inclui confirmação da existência do surto, definição de caso, busca ativa de casos adicionais, análise descritiva dos dados, formulação de hipóteses sobre fonte e modo de transmissão, implementação de medidas de controle e avaliação da efetividade das medidas.

Durante a investigação de surtos, o SCIH deve trabalhar em estreita colaboração com a CCIH, laboratório de microbiologia, equipes assistenciais e, quando necessário, autoridades sanitárias. A documentação detalhada de todas as ações realizadas é fundamental para análise posterior e aprendizado institucional.

Monitoramento de Práticas Assistenciais

O SCIH tem função importante no monitoramento das práticas assistenciais relacionadas ao controle de infecções, incluindo observação direta de procedimentos, avaliação de adesão às medidas recomendadas e identificação de oportunidades de melhoria.

Este monitoramento inclui observação de práticas como higienização das mãos, uso de equipamentos de proteção individual, técnicas de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, implementação de precauções de isolamento e limpeza e desinfecção de equipamentos e superfícies.

O monitoramento realizado pelo SCIH deve ser educativo e colaborativo, fornecendo feedback imediato aos profissionais e orientando melhorias quando necessário. Esta abordagem educativa é mais efetiva que medidas punitivas para promover mudanças duradouras de comportamento.

Assessoria Técnica Imediata

O SCIH fornece assessoria técnica imediata para situações relacionadas ao controle de infecções que surgem no dia a dia assistencial. Esta assessoria inclui orientação sobre medidas de isolamento, uso de antimicrobianos, processamento de materiais, limpeza e desinfecção, e outras questões técnicas.

A capacidade de fornecer assessoria técnica imediata é uma das principais vantagens do SCIH, permitindo resolução rápida de dúvidas e problemas que surgem durante a assistência. Esta assessoria deve ser baseada em conhecimento técnico sólido e diretrizes estabelecidas pela CCIH.

A assessoria técnica do SCIH também inclui participação em discussões de casos clínicos complexos, orientação sobre adequação de estrutura física para isolamento, avaliação de riscos de infecção em procedimentos específicos e apoio na implementação de novas tecnologias ou procedimentos.

Indicadores e Monitoramento: Como o SCIH Avalia sua Efetividade

Indicadores de Processo

Para avaliar adequadamente o que é SCIH e qual sua função, é fundamental compreender os indicadores utilizados para monitorar sua efetividade. Os indicadores de processo avaliam a implementação das atividades do SCIH, incluindo cobertura da vigilância, frequência de atividades educativas, tempo de resposta a surtos e adesão às práticas recomendadas.

Os indicadores de processo do SCIH podem incluir percentual de setores visitados diariamente, número de profissionais treinados por período, tempo médio para identificação de casos de infecção, percentual de adesão à higienização das mãos e adequação do uso de equipamentos de proteção individual.

Estes indicadores permitem avaliar se o SCIH está desenvolvendo adequadamente suas atividades operacionais e identificar áreas que necessitam melhoria. O monitoramento regular destes indicadores é fundamental para garantir qualidade e eficiência das ações desenvolvidas.

Indicadores de Resultado

Os indicadores de resultado avaliam o impacto das atividades do SCIH na redução das infecções hospitalares e melhoria da qualidade assistencial. Estes indicadores incluem taxas de incidência de diferentes tipos de infecções, densidade de incidência de infecções associadas a dispositivos invasivos e mortalidade associada a infecções.

Os indicadores de resultado são fundamentais para demonstrar a efetividade do SCIH e justificar os investimentos realizados no serviço. Estes indicadores devem ser calculados de forma padronizada, permitindo comparações temporais e com outras instituições.

O monitoramento dos indicadores de resultado deve considerar fatores que podem influenciar as taxas de infecção independentemente das ações do SCIH, como mudanças no perfil de pacientes, introdução de novas tecnologias ou modificações nas práticas assistenciais.

Sistemas de Monitoramento

O SCIH deve estabelecer sistemas de monitoramento que permitam acompanhamento regular dos indicadores de processo e resultado, identificação de tendências, detecção precoce de problemas e avaliação da efetividade das intervenções implementadas.

Estes sistemas de monitoramento devem incluir coleta sistemática de dados, análise regular dos indicadores, elaboração de relatórios periódicos e comunicação dos resultados para as equipes assistenciais e gestores da instituição.

O monitoramento deve ser utilizado para melhoria contínua das atividades do SCIH, incluindo identificação de oportunidades de melhoria, desenvolvimento de planos de ação corretiva e avaliação da efetividade das mudanças implementadas.

Desafios e Limitações: Obstáculos na Implementação do SCIH

Limitações de Recursos

Um dos principais desafios para implementação efetiva do SCIH é a limitação de recursos humanos, materiais e financeiros. Muitas instituições, especialmente aquelas de menor porte, enfrentam dificuldades para manter estrutura adequada de SCIH devido a restrições orçamentárias.

A limitação de recursos humanos é particularmente crítica, uma vez que as atividades do SCIH requerem profissionais qualificados com dedicação adequada de tempo. A sobrecarga de trabalho e a falta de profissionais especializados podem comprometer significativamente a efetividade das ações do serviço.

As limitações de recursos materiais incluem falta de sistemas informatizados adequados, equipamentos insuficientes, espaço físico inadequado e falta de materiais educativos. Estas limitações podem criar barreiras significativas para o desenvolvimento eficiente das atividades do SCIH.

Resistência Organizacional

Outro desafio importante é a resistência organizacional à implementação do SCIH, que pode ser resultado de falta de compreensão sobre sua importância, competição por recursos com outras prioridades ou resistência à mudança por parte de profissionais e gestores.

A superação da resistência organizacional requer demonstração clara do valor do SCIH através de resultados mensuráveis, educação sobre sua importância para a qualidade assistencial e envolvimento dos líderes organizacionais no apoio às atividades do serviço.

A resistência também pode ser resultado de experiências negativas anteriores com programas de controle de infecções mal implementados ou falta de credibilidade dos profissionais responsáveis pelo SCIH. Nestes casos, é necessário reconstruir a confiança através de ações consistentes e resultados demonstráveis.

Complexidade Técnica

A crescente complexidade técnica do controle de infecções representa outro desafio para o SCIH, incluindo surgimento de novos microrganismos resistentes, desenvolvimento de novas tecnologias médicas, evolução das práticas assistenciais e constante atualização das evidências científicas.

Esta complexidade exige que os profissionais do SCIH mantenham atualização contínua de seus conhecimentos e competências, o que pode ser desafiador em ambientes com recursos limitados ou alta rotatividade de profissionais.

A complexidade também se manifesta na necessidade de integrar múltiplas disciplinas e áreas de conhecimento, exigindo colaboração efetiva com diversos profissionais e serviços da instituição.

Benefícios e Impactos: Por que Investir em um SCIH Efetivo

Melhoria da Qualidade Assistencial

A implementação de um SCIH efetivo resulta em melhoria significativa da qualidade assistencial, através da redução das taxas de infecção hospitalar, diminuição da morbimortalidade associada a infecções e melhoria geral dos processos assistenciais.

Esta melhoria da qualidade é resultado da vigilância ativa realizada pelo SCIH, que permite identificação precoce de problemas e implementação rápida de medidas corretivas. A presença constante do serviço nos setores assistenciais também promove maior consciência sobre práticas seguras entre os profissionais.

A melhoria da qualidade assistencial resultante do SCIH é reconhecida por órgãos acreditadores e certificadores, contribuindo para o atendimento de padrões de qualidade nacionais e internacionais e facilitando processos de acreditação hospitalar.

Redução de Custos

O SCIH contribui para redução significativa de custos associados às infecções hospitalares, incluindo custos diretos relacionados ao prolongamento da internação, uso de antimicrobianos adicionais e necessidade de procedimentos adicionais.

Estudos econômicos demonstram que o investimento em SCIH apresenta retorno financeiro positivo, com economia de custos que supera significativamente os investimentos realizados. Esta relação custo-benefício favorável torna o investimento em SCIH uma decisão economicamente inteligente.

A redução de custos também inclui benefícios indiretos como redução de processos judiciais, melhoria da reputação institucional, redução da rotatividade de profissionais e aumento da satisfação dos pacientes e familiares.

Fortalecimento da Cultura de Segurança

O SCIH contribui para o fortalecimento da cultura de segurança institucional, promovendo maior consciência sobre riscos, importância da prevenção e responsabilidade individual e coletiva pela segurança dos pacientes.

Esta cultura de segurança se estende além do controle de infecções, influenciando positivamente outras áreas da qualidade assistencial como segurança cirúrgica, uso racional de medicamentos, prevenção de quedas e melhoria da comunicação entre profissionais.

O fortalecimento da cultura de segurança também resulta em maior satisfação profissional, redução do estresse relacionado ao trabalho e melhoria do ambiente organizacional.

Conclusão

Compreender o que é SCIH e qual sua função é fundamental para reconhecer a importância deste serviço na estrutura organizacional do controle de infecções hospitalares. O SCIH representa o braço executivo da CCIH, responsável pela implementação prática e operacional de todas as ações de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.

O que é SCIH e qual sua função pode ser resumido como um serviço especializado que transforma políticas e diretrizes em ações concretas no dia a dia assistencial, através de vigilância epidemiológica ativa, educação continuada, assessoria técnica e implementação de medidas de controle. Esta função operacional é complementar e essencial à função normativa da CCIH.

Os desafios para implementação efetiva do SCIH são reais e significativos, incluindo limitações de recursos, resistência organizacional e complexidade técnica. No entanto, os benefícios resultantes da implementação de um SCIH efetivo, incluindo melhoria da qualidade assistencial, redução de custos e fortalecimento da cultura de segurança, justificam plenamente os investimentos necessários.

A diferenciação clara entre CCIH e SCIH é fundamental para estruturação adequada do programa de controle de infecções, garantindo que tanto a governança estratégica quanto a execução operacional sejam adequadamente desenvolvidas. Esta complementaridade funcional é essencial para o sucesso do programa.

Investir na estruturação e fortalecimento do SCIH representa um investimento na segurança dos pacientes, na qualidade dos serviços e na sustentabilidade econômica das instituições de saúde. Compreender o que é SCIH e qual sua função é o primeiro passo para valorizar e apoiar este serviço essencial para a excelência da assistência hospitalar.

Posts Relacionados

O que um Enfermeiro CCIH Faz? Guia completo sobre as funções e responsabilidades

O enfermeiro especialista em Comissão de Controle de Infecção Hospitalar desempenha um papel fundamental e estratégico na prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo frequentemente o profissional com maior dedicação às atividades operacionais do programa de controle de infecções.

Qual a Principal Função da CCIH? Guia completo sobre a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) representa um dos pilares mais importantes da assistência hospitalar segura, desempenhando papel crucial na prevenção e controle de infecções que podem comprometer a saúde dos pacientes e a qualidade dos serviços de saúde.

Mutirões de Cirurgia Oftalmológica: o SCIH está acompanhando? Volume alto, estrutura precária e risco elevado.

Endoftalmite infecciosa: quando e como coletar amostras oculares para microbiologia

O Que Observar em uma Visita Técnica ao Centro Cirúrgico Oftalmológico: Guia Prático para o SCIH

Estrutura Mínima para Garantir Segurança em Serviços de Oftalmologia com Alto Volume de Procedimentos