A capreomicina é um antibiótico de segunda linha utilizado no tratamento da tuberculose multirresistente (MDR-TB) e extensivamente resistente (XDR-TB). Este artigo apresenta um resumo das principais indicações, posologia, efeitos adversos e espectro de ação.
Indicações
A capreomicina é aprovada pela FDA para:
- Tratamento da tuberculose pulmonar causada por Mycobacterium tuberculosis, especialmente após falha de medicamentos primários como isoniazida, rifampicina, pirazinamida, etambutol e estreptomicina.
Formas Farmacêuticas e Posologia
A capreomicina está disponível na forma injetável:
- IV: 1000 mg/10 mL
Doses Usuais em Adultos
- Tuberculose ativa: 15-20 mg/kg/dia (máx. 1 g/dia) IM ou IV, diariamente por 5-7 dias por semana
- Regime intermitente: 12-15 mg/kg/dose IM ou IV, 2-3 vezes por semana
- Monitoramento: Avaliação da função vestibular antes e durante o tratamento
Ajustes para insuficiência renal:
- TFG 80-100 mL/min: 10 mg/kg a cada 24 horas
- TFG 40-50 mL/min: 15 mg/kg a cada 48 horas
- TFG 10-20 mL/min: 7 mg/kg a cada 72 horas
- Hemodiálise: 12-15 mg/kg, 2-3 vezes por semana, com monitoramento sérico
Doses Pediátricas
- Crianças < 10 anos: 15-20 mg/kg/dia (máx. 1000 mg) IM ou IV
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos mais comuns incluem:
- Frequentes: Nefrotoxicidade (20-25%), azotemia, proteinúria, hipocalemia, hipomagnesemia
- Ocasionalmente: Ototoxicidade (vestibular > auditiva, em 11% dos pacientes)
- Raros: Bloqueio neuromuscular, hepatite, febre medicamentosa, reações alérgicas
Interações Medicamentosas
- Relaxantes musculares não despolarizantes (atracúrio, vecurônio, pancurônio): Pode potencializar o bloqueio neuromuscular
- Aminoglicosídeos e outros fármacos nefrotóxicos: Aumenta o risco de lesão renal
Espectro de Ação e Resistência
A capreomicina tem ação exclusiva contra Mycobacterium tuberculosis, sendo considerada um antibiótico de segunda linha.
- Altas taxas de resistência observadas em pacientes com XDR-TB, limitando sua eficácia clínica.
Conclusão
A capreomicina é um antibiótico essencial no manejo da tuberculose resistente, mas seu uso é limitado devido ao potencial nefrotóxico e ototóxico. O monitoramento rigoroso da função renal e auditiva é essencial para minimizar riscos e maximizar a eficácia do tratamento.