A febre amarela é uma doença viral endêmica de regiões tropicais, transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes em ciclos silvestres e pelo Aedes aegypti em ambientes urbanos. O período de monitoramento epidemiológico de 2024/2025 registrou epizootias em primatas não humanos (PNH) nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins, com confirmação de casos humanos fatais. A letalidade segue elevada, atingindo 60% nos casos confirmados neste período, todos em indivíduos sem comprovação vacinal.
Situação Epidemiológica Atual
Entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, dez casos humanos de febre amarela foram confirmados, sendo nove com provável local de infecção em São Paulo e um em Minas Gerais. A transmissão ocorreu predominantemente em áreas rurais e periurbanas, com registro de epizootias em múltiplos municípios, incluindo Campinas, Ribeirão Preto, Barretos e Osasco.
Medidas de Prevenção e Controle
A vacinação contra a febre amarela é a estratégia primária de controle e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Recomenda-se a imunização de indivíduos residentes ou viajantes para áreas endêmicas, com administração de dose única ao menos 10 dias antes da exposição. Indivíduos imunossuprimidos, gestantes e lactantes devem ser avaliados caso a caso quanto ao risco-benefício da vacina.
Medidas Adicionais de Proteção
A prevenção da transmissão vetorial inclui:
- Uso de vestimenta protetora (calças compridas e camisas de manga longa);
- Aplicação regular de repelentes contendo DEET, icaridina ou IR3535;
- Uso de mosquiteiros e barreiras físicas em ambientes de maior exposição;
- Monitoramento epidemiológico para detecção precoce de epizootias e adoção de medidas de bloqueio.
Recomendações para Profissionais da Saúde
Diante do risco elevado, é fundamental que profissionais de saúde reforcem a investigação clínica e laboratorial em pacientes com síndrome febril aguda e histórico de exposição a áreas de transmissão. O manejo adequado inclui suporte intensivo precoce e avaliação de alterações hepáticas e hematológicas compatíveis com a doença.
Perspectivas Terapêuticas
Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram uma abordagem terapêutica experimental que demonstrou redução de até 84% na mortalidade por febre amarela em estudos iniciais. O tratamento, que atua na modulação da resposta imune e na proteção hepática, está em fase de estudos clínicos avançados.
A atualização contínua e a vigilância epidemiológica são essenciais para mitigar a expansão da febre amarela e reduzir a mortalidade associada. A vacinação e a adoção de medidas preventivas seguem sendo as principais ferramentas de controle.
Referência Técnica
Para informações mais detalhadas, os leitores podem acessar o arquivo anexo, elaborado pela:
- Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses/CVE;
- Divisão de Imunização/CVE;
- Central/Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde/CVE.
Alerta Epidemiológico_06-01-2025_Epizootia PNH_RP
IT-Febre-Amarela-COVISA-13.01.25-1.pdf
Força-tarefa monitora risco de febre amarela em região onde peruano foi infectado | Tocantins | G1